terça-feira, 15 de março de 2011

Fundamentos de Engenharia Genética

O objectivo da engenharia genética consiste em isolar e transferir genes, responsáveis pela produção de certas substâncias (por exemplo, as proteínas), para outros seres vivos que não produziam estas substâncias, de modo a serem funcionais nestes seres.

Na base da engenharia genética estão as enzimas de restrição. As enzimas de restrição são capazes de reconhecer pequenas sequências especificas de nucleótidos, cortando a molécula de DNA apenas nesses locais.


DNA Recombinante
Nesta técnica recorre-se a enzimas de restrição para cortar o em fragmentos manipuláveis que contêm o gene pretendido. os fragmentos obtidos são incorporados num vector, isto é, numa molécula capaz de transportar o fragmento de DNA para célula. Para que o fragmento de DNA estranho seja incorporado no vector, é necessário que a mesma enzima de restrição que actuou sobre esse DNA actue sobre o vector de forma a expor uma sequência nucleótidica complementar. os dois segmentos de DNA são ligados por acção da enzima DNA ligase, produzindo um nova molécula estável.
Este processo permite não só a produção da substancia codificada pelo gene inserido, como também a clonagem desse gene. As cópias conservadas desse genes constituem uma biblioteca de genes.


DNA complementar
As bibliotecas de genes podem podem, também, ser conseguidas através da produção de DNA complementar. O seu nome resulta do facto de este DNA ser obtido a partir do mRNA por complementaridade. 
A produção do cDNA é possível devido à acção da enzima transcriptase reversa. Esta enzima permite produzir DNA a partir de uma molécula de mRNA maturado.
Após a formação da primeira cadeia de cDNA, a DNA polimerase permite a formação da cadeia complementar, constituindo-se uma molécula estável.



PCR
Esta técnica permite fazer várias cópias a partir de um só fragmento de molécula. Desta forma, procede-se à amplificação dessa porção do DNA, o que é importante quando a amostra de Dna que se possui para a analise é muito reduzida.


Noticia sobre o cancro

Como nem tudo pode ser mau aqui fica uma noticia positiva sobre o cancro...


Diário de Notícias
Rastreio acabou com a mortalidade do cancro colo-rectal em Gaia
por DN.pt23 Fevereiro 2011
Um programa de rastreio de cancro colo-rectal permitiu acabar com a mortalidade deste tipo de cancro no concelho de Vila Nova de Gaia. De acordo com dados avançados pelo Centro Hospitalar Gaia/Espinho, em quatro anos a mortalidade passou de 30 para 0%.
O mérito é de um projecto de rastreios, lançado em 2006 pelo Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Gaia/Espinho, em colaboração com os centros de saúde de Gaia, e que permitiu rastrear cerca de 3092 pessoas.
De todos os utentes analisados, apenas 38% não apresentava qualquer problema gastro-intestinal. Este programa permitiu ainda detectar 26 cancros, todos eles tratados com sucesso.
De acordo com os responsáveis deste centro hospitalar, em 3092 pessoas rastreadas, 1174 (38%) apresentava pólipos, um dos sinais mais ligados ao cancro colo-rectal, dos quais 375 pessoas estavam em risco de progressão para cancro.
Dos 26 cancros detectados, todos foram tratados com sucesso (19 por cirurgia e sete por endoscopia).

Fonte aqui.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Cancro

Esta doença é uma consequência do descontrole no crescimento das células. As células passam-se a multiplicar muito rapidamente, com tendência a invadir órgãos e também produzir metástases, isto é, a reproduzir-se em locais distantes do seu local de origem.

Características das células cancerosas:

  • são pouco especializadas e com forma arredondada;
  • dividem-se continuamente;
  • invadem os tecidos adjacentes;
  • podem instalar-se noutros locais do organismo, onde chegam através da corrente sanguínea ou linfática, originando novos tumores que se chamam metástases.
Na maior parte das situações, as mutações ocorrem em células somáticas ao longo da vida, embora também possam ocorrer em células germinativas. Geralmente, é um acumular de mutações que desencadeia o desenvolvimento de um cancro.


Genes relacionados com o aparecimento de cancro:

  • Oncogenes:
    • Resultam da mutação de proto-oncogenes.
    • Os proto-oncogenes codificam proteínas que estimulam o crescimento e a divisão celular e têm uma função essencial nas células normais, por exemplo, durante o desenvolvimento embrionário e na reparação de tecidos lesados.
    • Quando indevidamente activados, promovem uma proliferação celular excessiva que conduz ao desenvolvimento de um cancro.
      • A activação de um oncogene pode resultar de diferentes tipos de mutações:
          • Substituição de bases no DNA, e consequente alteração na sequência de aminoácidos da proteína formada, que resulta numa proteína com maior actividade ou resistente à degradação;
          • Amplificação do proto-oncogene - Traduz-se numa maior quantidade do produto codificado pelo gene;
          • Inversões ou translocações que levam à alteração do local que o proto-oncogene ocupa no genoma. Se o proto-oncogene for deslocado para junto de um gene activamente transcrito ou para junto de um DNA viral, a sua taxa de transcrição também aumenta.
        • Genes supressores de tumores:
          • Os produtos destes genes inibem a divisão celular, impedindo que as células se multipliquem descontroladamente.
          • Os genes supressores de tumores podem estar na origem do cancro quando sofrem mutações como as seguintes:
              • delecções, que causam a sua perda;
              • substituição de bases do DNA que resulta numa proteína onde se verifica perda de função relativamente à proteína normal.
            • Genes que codificam proteínas reparadoras do DNA:
              • As mutações nestes genes permitem a acumulação de outras mutações, algumas das quais em proto-oncogenes ou genes supressores de tumores.

            Os agentes mutagénicos podem activar oncogenes ou desactivar genes supressores de tumores e causar cancro.


            As infecções por vírus contribuem para o aparecimento de cancro pela integração do material genético do vírus no DNA das células afectadas. O DNA viral pode ser inserido num local onde destrua a actividade de um gene supressor de tumores ou converta um proto-oncogene num oncogene.